quarta-feira, julho 19, 2006

Beco sem saída.





É uma das situações mais difíceis de gerir que eu conheço.
Talvez por mexer com os sentimentos e a auto-estima das mulheres.
Talvez por termos nascido sem a capacidade de as entender.
Talvez por não termos lido sobre o assunto.
Talvez por sermos homens.
Talvez porque sim.
Talvez porque não.
Talvez porque talvez...

Tudo começa com uma frase solta. Num regresso da sua visita regular ao espelho ela diz: "Preciso perder peso."
Um conselho, façam de conta que não ouviram e esperem que essa fase passe.
Se não resultar, então preparem-se para entrar numa dimensão perigosa, com caminhos tortuosos e movediços.

Eu desconfio que as mulheres vivem a maior parte do tempo nesse lugar misterioso e longe da realidade. Já não é a primeira vez que dou comigo a ouvir uma conversa entre duas mulheres, e chegado ao fim perguntar-me - "O quê?! De que é que estão a falar? Não percebi nada de nada!

Voltando ao assunto anterior (como lidar com a auto-estima das nossas mulheres), o que eu aconselho (se é que se pode dar um conselho nesta matéria) é o seguinte:

Nunca fazer uma pausa antes de responder. Aqueles poucos segundos em que não nos sai palavra nenhuma vão ser interpretados como uma ofensa. Para elas "que cala consente".
No entanto mesmo que a resposta seja imediata, nem por isso a nossa vida se torna mais fácil.

Se dizemos - "Estás óptima, continuas linda como sempre!" - é porque estamos a mentir, - "Só dizes isso porque tens pena de mim."
Se dizemos - "Se perder peso te faz sentir melhor, eu apoio-te." - ouvimos algo do género, - "Eu sei que estou gorda, não precisas é de me atirar isso à cara. És um insensível."

Minhas queridas, lembro-vos do seguinte: Se estamos ao vosso lado é porque gostamos. Não temos o prazer sádico de estar com alguém que julgamos detestável. Por isso, se precisarem de apoio contem connosco.

Para os meus amigos vai também uma lembrança. Não há nada que possam fazer (com resultados 100% garantidos). É normal e faz parte da aculturação feminina. Aguenta e não chora. Vale a pena por tudo o resto...




segunda-feira, julho 03, 2006

O meu querido Ken.






Hoje venho fazer um desafio a todos os clientes desta barraca, principalmente aos que mantêm neste momento algum tipo de relação amorosa mais ou menos séria.
Vocês lembram-se do tempo em que eram descomprometidos? Têm pelo menos uma noção de como eram antes de conhecerem o amor da vossa vida. Se não têm vale a pena recorrerem ao vosso arquivo fotográfico.
É minha convicção de que os homens são lentamente e subtilmente transformados em bonecos de vestir das nossas queridas mulheres... Somos o Ken que elas nunca tiveram (para quem não sabe, o Ken é o "namorado" da Barbie, uma boneca quarentona com um guarda roupa de fazer inveja a qualquer princesa).
Tudo começa com uma frase do género - "Querido, tens a certeza que queres comprar outra t-shirt?! Eu acho que era preferível comprar uma camisa." - a partir deste momento as t-shirt estão condenadas ao esquecimento no fundo de uma gaveta. Apenas voltam a ser vistas em ocasiões muito pontuais como por exemplo, quando vamos à praia, para "usar lá em casa", praticar desporto, etc.

Passado algum tempo deixamos de nos reconhecer a nós próprios. Quem é aquele "penteadinho" com a barba acabada de fazer que está a olhar para nós do outro lado do espelho?! Onde está aquele tipo cheio de estilo, barba por fazer, calças rasgadas e t-shirt com a estampa "Porn Star", que fazia sucesso entre as meninas? Isso eram vocês no passado. Esse personagem desapareceu (embora em alguns casos esteja apenas a hibernar, e vocês sabem do que estou a falar).

Por mais que lutemos, a mudança acaba por acontecer. Deixem-se levar que dói muito menos. Podemos impor jogos de futebol, um café com um amigo (eu disse 1 amigo apenas), mas ela nunca vai abdicar do seu fantástico Ken.

No entanto, o caso contrário não se aplica. Muito dificilmente um homem conseguirá influenciar os gostos de uma mulher. Elas vestem o que bem lhes apetece. Aliás, não convém falar muito das escolhas delas pois corremos o risco de meter a "pata na poça". Ao contrário das nossas magníficas princesas é muito fácil para nós (sem darmos conta) ferir os seus sentimentos, mas isso é outra história...